Cumprindo o Consenso dos Emirados Árabes Unidos: Desafios e avanços rumo às metas globais de energia
- REDAÇÃO H2RADAR
- 19 de fev.
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Atualizado: 20 de fev.

A transição energética global enfrenta um momento crucial. Durante a COP28, quase 200 países firmaram um compromisso histórico: triplicar a capacidade de energia renovável e duplicar a eficiência energética até 2030. Essa iniciativa, conhecida como Consenso dos Emirados Árabes Unidos, foi estruturada a partir do cenário de 1,5°C da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA) e tem como objetivo alinhar o mundo com as metas do Acordo de Paris.
O primeiro relatório de monitoramento, publicado sob a supervisão da Presidência da COP28, da COP29, da Aliança Global de Energias Renováveis (GRA) e de governos como o do Brasil e do Azerbaijão, revela um panorama preocupante: o avanço global está aquém do necessário para atingir as metas estabelecidas, com exceção do crescimento da capacidade solar fotovoltaica. A publicação propõe ações estratégicas para corrigir o curso e acelerar a transição energética.
Metas ambiciosas, progresso insuficiente
A triplicação da capacidade de energias renováveis até 2030 foi definida como um pilar fundamental para reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa. No entanto, o relatório aponta que, em quase todas as métricas, o mundo está atrasado em relação à trajetória necessária.
Embora a energia solar fotovoltaica tenha registrado um crescimento expressivo, outras fontes renováveis, como energia eólica e hidroelétrica, não avançam no ritmo exigido. Além disso, a eficiência energética, que deveria dobrar até o final da década, também está abaixo do esperado, comprometendo os esforços para conter o aquecimento global.
O estudo reforça que a transição energética depende de uma expansão acelerada das fontes renováveis e de um uso mais inteligente da energia disponível. Sem esses avanços, as metas do Acordo de Paris ficarão cada vez mais distantes.

Correção de rumo: recomendações para acelerar a transição
Diante do cenário desafiador, o relatório propõe ações prioritárias para governos e formuladores de políticas públicas. Entre as principais recomendações, destacam-se:
Adoção de políticas regulatórias mais robustas para incentivar o investimento em infraestrutura de energia renovável.
Maior financiamento para projetos sustentáveis, garantindo que países em desenvolvimento tenham acesso a tecnologias limpas.
Incentivo à inovação em armazenamento de energia e redes inteligentes, fundamentais para a estabilidade e eficiência dos sistemas elétricos.
Promoção da cooperação internacional, alinhando esforços entre governos, setor privado e organismos multilaterais para acelerar a transição energética.
A IRENA, agora responsável por monitorar e relatar anualmente os avanços, reforça que há espaço para ajustes e que medidas urgentes ainda podem colocar o mundo no caminho certo. A COP29 terá um papel fundamental na revisão dos compromissos e na adoção de novas estratégias para garantir que os objetivos do Consenso dos Emirados Árabes Unidos sejam cumpridos.
O desafio é grande, mas a necessidade de ação imediata é ainda maior. Com o tempo se esgotando, os próximos anos serão decisivos para o futuro energético do planeta.