IRENA: meta global de triplicar energias renováveis exige investimentos anuais de US$ 1,5 Trilhão
- REDAÇÃO H2RADAR
- 24 de out. de 2024
- 3 min de leitura

O desafio de manter o aquecimento global dentro do limite de 1,5°C, estabelecido pelo Acordo de Paris, depende crucialmente de uma transformação radical no setor energético. Segundo o relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), divulgado durante a Pré-COP em Abu Dhabi, será necessário triplicar a capacidade de energias renováveis até 2030. No entanto, o progresso atual está aquém das metas estabelecidas, exigindo investimentos anuais de US$ 1,5 trilhão entre 2024 e 2030 para evitar um colapso das metas climáticas.
O Desafio de Triplicar a Capacidade de Energias Renováveis
De acordo com o relatório, a meta global de triplicar as energias renováveis até 2030 visa elevar a capacidade instalada dos atuais 3,9 terawatts (TW) para 11,2 TW. No entanto, os planos nacionais atuais indicam que o mundo deve alcançar apenas metade desse crescimento, criando uma lacuna significativa de 3,8 TW que precisa ser preenchida em menos de seis anos. A ausência de políticas eficazes e a falta de financiamento adequado têm sido apontadas como principais obstáculos para atingir essa meta ambiciosa.
Além da necessidade de expandir a capacidade de energias renováveis, o relatório destaca que a taxa de melhoria da eficiência energética também precisa dobrar, passando de um avanço de 2% em 2022 para 4% ao ano até 2030. Para isso, será essencial que os setores de transporte, construção e indústria adotem medidas mais agressivas de eletrificação e redução do consumo energético, o que requer uma infraestrutura robusta e regulamentações que incentivem essa transição.

Investimentos Massivos e a Urgência de Políticas Eficazes
O crescimento exponencial das energias renováveis depende diretamente de um salto dramático nos investimentos globais. Em 2023, o setor atingiu um recorde histórico de US$ 570 bilhões, mas, para atender às necessidades globais, esse valor precisará ser triplicado para US$ 1,5 trilhão por ano até 2030. A lacuna de financiamento não afeta apenas a velocidade de adoção das energias limpas, mas também compromete a infraestrutura, a capacitação de mão de obra e o desenvolvimento das cadeias de suprimentos.
O relatório enfatiza que as políticas existentes são inadequadas para garantir o aumento necessário da capacidade energética e eficiência. Ele sugere que a terceira rodada de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), em 2025, será crucial para reverter esse quadro. Novas diretrizes políticas devem ser adotadas para fechar a lacuna e colocar o mundo em uma trajetória mais alinhada com as metas climáticas. Isso inclui incentivos regulatórios, subsídios à inovação e um esforço coordenado para acelerar o financiamento da transição energética.

Desigualdades no Financiamento e o Papel da Colaboração Internacional
Um dos maiores desafios para a transição energética global reside nas economias emergentes e em desenvolvimento, que enfrentam severas limitações de financiamento. O relatório revela que os investimentos em energia renovável na África caíram impressionantes 47% entre 2022 e 2023, com a África Subsaariana recebendo 40 vezes menos investimentos per capita do que a média mundial.
Para reduzir essa disparidade, será crucial mitigar os riscos-país e melhorar as condições de financiamento, especialmente por meio de recursos de fundos multilaterais e bilaterais. A colaboração internacional desempenhará um papel vital nesse processo, com o objetivo de canalizar melhor os fundos e garantir que todas as regiões do mundo possam participar da transição energética de maneira equitativa.
O acordo sobre uma Nova Meta Quantificada Coletiva (NCQG), que será discutido na COP29 em Baku, é visto como um ponto chave para aumentar o suporte financeiro às nações em desenvolvimento e garantir que as metas climáticas globais sejam alcançadas. O estabelecimento de compromissos financeiros robustos pode, inclusive, inspirar metas mais ambiciosas para a submissão das NDCs em 2025.
Acesse o relatório AQUI:
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