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Minas Gerais aposta no nióbio para liderar produção de hidrogênio sustentável

  • REDAÇÃO H2RADAR
  • 24 de abr.
  • 3 min de leitura


Em um cenário internacional em que o hidrogênio desponta como protagonista da transição energética, Minas Gerais dá um passo estratégico e inovador ao investir em uma tecnologia própria baseada no nióbio — mineral no qual o estado detém as maiores reservas exploráveis do mundo. Com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), a Rede de Hidrogênio de Minas reúne sete instituições de ensino superior mineiras e três parceiras internacionais em um esforço científico de ponta: produzir hidrogênio limpo, seguro e sob demanda, elevando o estado à vanguarda da inovação energética.


O projeto, que já recebeu cerca de R$ 1,3 milhão em recursos estaduais, tem foco no desenvolvimento de catalisadores à base de nióbio para acelerar a reação química de obtenção do hidrogênio, usando biomassa como o bagaço de cana-de-açúcar. “Nossa tecnologia visa liberar o hidrogênio sob demanda, por meio da variação de temperatura e velocidade da catálise, de maneira segura e controlada”, explica Renata Moreira, coordenadora geral da Rede e professora da Universidade Federal de Viçosa (UFV). O hidrogênio, com poder energético três vezes superior ao da gasolina, é altamente inflamável, e seu armazenamento representa um dos grandes desafios do setor. A inovação mineira busca justamente resolver esse entrave com uma solução escalável e segura.


A Rede já alcançou a etapa de scale-up — com testes em ambiente empresarial — e incorpora também projetos complementares, como o da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), que utiliza fotocatálise (reação provocada pela luz) para extrair hidrogênio da água. “Minas está estruturando sua posição de liderança no uso de minerais estratégicos para tecnologias sustentáveis, com base em ciência aplicada e políticas públicas coerentes”, avalia Fabrício Vieira de Andrade, vice-coordenador da Rede e professor da Unifei.




Nióbio: do subsolo mineiro ao futuro energético


O protagonismo de Minas na cadeia do nióbio não é recente — mas nunca esteve tão em evidência. Somente em 2024, o estado exportou mais de US$ 2,1 bilhões em produtos ligados ao mineral. Em Araxá, no Triângulo Mineiro, está situado o maior complexo industrial do mundo voltado à produção de nióbio, operado pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que tem atuado como polo de soluções tecnológicas em mobilidade elétrica e armazenamento energético.


“O nióbio produzido em Araxá tem sido base para o desenvolvimento de soluções de alta tecnologia e sustentabilidade”, afirma Alexandre Reple, diretor industrial da CBMM. As propriedades únicas do mineral permitem, por exemplo, recargas ultra rápidas e maior durabilidade em baterias de lítio, já aplicadas em veículos elétricos como o ônibus lançado em Minas no ano passado.


Com investimentos públicos que ultrapassam R$ 11 milhões desde 2019 apenas em pesquisas relacionadas ao nióbio, o governo mineiro articula ciência, indústria e estratégia ambiental de forma integrada. “Minas foi o primeiro estado da América Latina a aderir ao Race to Zero, e assumiu metas concretas de descarbonização. A inovação científica está no centro dessa transformação”, destaca a secretária de Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa.


A pesquisa em hidrogênio sustentável impulsionada pelo nióbio insere-se em um plano mais amplo, que já atraiu mais de R$ 100 bilhões em investimentos verdes e gerou 30 mil empregos, alavancando regiões historicamente menos desenvolvidas, como o Vale do Jequitinhonha. Ao transformar recursos minerais em ativos tecnológicos, Minas se posiciona não apenas como potência energética, mas como laboratório de um novo modelo de desenvolvimento: sustentável, sofisticado e ancorado em ciência de ponta.






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