Brasil diante da transição energética: estudo analisa desafios e caminhos para uma matriz mais sustentável
- REDAÇÃO H2RADAR
- há 14 minutos
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No epicentro da emergência climática global, o setor de energia surge como ator-chave para conter o avanço do aquecimento do planeta. Responsável por cerca de 75% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE), essa atividade demanda transformações profundas, especialmente em países que, como o Brasil, possuem singularidades tanto em sua matriz quanto em suas vulnerabilidades. É nesse contexto que o estudo Energia e sustentabilidade no Brasil: desafios e perspectivas num contexto de transição energética oferece uma análise criteriosa sobre o papel brasileiro na agenda climática, contrapondo indicadores nacionais e internacionais sob o prisma do desenvolvimento sustentável.
Além da renovabilidade: os múltiplos desafios da sustentabilidade energética brasileira
Durante décadas, medir a sustentabilidade de um sistema energético limitava-se à proporção de fontes renováveis na matriz. O estudo, porém, adota uma abordagem mais ampla, alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 7 da ONU, que inclui acesso universal à energia, segurança no abastecimento e mitigação das mudanças climáticas. A partir dessa ótica, o Brasil exibe avanços expressivos, como sua já elevada participação de fontes renováveis — sobretudo hidroelétricas e, mais recentemente, eólicas e solares. Ainda assim, o país enfrenta obstáculos relevantes para garantir uma transição energética justa, resiliente e inclusiva.
Entre os pontos críticos destacados estão a dificuldade de universalizar o acesso à energia em comunidades isoladas, especialmente na região amazônica, e a crescente exposição do sistema elétrico brasileiro a eventos climáticos extremos. A intermitência de chuvas, ondas de calor e eventos severos como ciclones e estiagens afetam diretamente a previsibilidade e segurança da geração hidroelétrica, base histórica da matriz brasileira.
O estudo também revela que, apesar da vantagem comparativa do Brasil em fontes limpas, o país ainda precisa desenvolver políticas estruturantes que articulem segurança energética, justiça social e adaptação climática. Isso exige não apenas ampliar a infraestrutura de energia renovável, mas também diversificar tecnologias, fortalecer redes inteligentes, estimular o armazenamento energético e desenvolver mecanismos de financiamento para regiões e populações mais vulneráveis.