Brasil projeta R$ 110 bilhões em investimentos para expansão da produção de biocombustíveis até 2035
- REDAÇÃO H2RADAR
- 13 de out.
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O governo federal apresentou novas projeções para o futuro dos biocombustíveis no país, reforçando o papel estratégico do setor na transição energética. O Caderno de Oferta de Biocombustíveis, lançado em setembro pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), integra o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2035) e aponta investimentos estimados em R$ 110 bilhões até 2035 — recursos voltados à construção de novas biorrefinarias, modernização de plantas e diversificação de matérias-primas.
Etanol, biometano e biodiesel puxam o avanço da matriz renovável
O estudo indica que o etanol deve manter seu protagonismo na matriz energética nacional, com crescimento de 30% na oferta até 2035, alcançando 51 bilhões de litros. O etanol de milho, que hoje representa 20% da produção, deverá superar 30% da oferta total na próxima década, enquanto a demanda atingirá 48,2 bilhões de litros. A expansão também se reflete em novas oportunidades de bioeletricidade, com potencial técnico de 5,9 GW médios provenientes do bagaço da cana, e na produção de biometano — estimada em 6,4 bilhões de Nm³ ao final do período, o equivalente a 10% do consumo nacional de gás natural em 2024.
No caso do biodiesel, a projeção é de 13,9 bilhões de litros em 2035, com o óleo de soja mantendo-se como principal insumo. O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) continua sendo um pilar central do setor, impulsionando a agricultura familiar e promovendo inclusão social e geração de renda no campo.

SAF e a nova fronteira dos combustíveis sustentáveis
O Caderno também destaca a ascensão dos combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), que passam a ganhar relevância a partir de 2030. Os projetos já anunciados devem produzir 1,7 bilhão de litros anuais, volume que deve crescer para 2,8 bilhões em 2035 — suficiente para atender 66% das metas de redução de emissões estabelecidas pelos programas internacionais CORSIA e ProBioQAV.





