Ciência e tecnologia brasileiras ganham protagonismo no World Hydrogen Summit & Exhibition 2025
- REDAÇÃO H2RADAR
- 23 de mai.
- 3 min de leitura

De 20 a 22 de maio, a cidade portuária de Roterdã, nos Países Baixos, sediou o World Hydrogen 2025 Summit & Exhibition, principal evento internacional dedicado à inovação e à transição energética com foco no hidrogênio. O Brasil, representado por uma robusta delegação de 43 membros sob a liderança da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), marcou presença com propostas concretas, avanços regulatórios e projetos estratégicos de hidrogênio sustentável. A participação sinaliza a crescente maturidade científica e tecnológica do país em uma das pautas mais relevantes da nova economia verde global.
Delegação brasileira promove negócios, inovação e marcos regulatórios
O estande brasileiro atraiu atenção com projetos inovadores, rodadas de negócios e reuniões one-on-one com investidores estratégicos, refletindo o interesse global na cadeia produtiva de hidrogênio de baixa emissão no Brasil. A programação nacional também contou com o painel “A Revolução do Hidrogênio no Brasil: Novos Marcos Legais, Avanços Regulatórios e Oportunidades Emergentes”, que discutiu os desafios e o potencial de crescimento da economia do hidrogênio no país.
A agenda do Brasil no evento incluiu ainda visitas técnicas promovidas pelo governo holandês, realizadas nos dias que antecederam e sucederam o Summit. Foram visitados centros de pesquisa, parques tecnológicos e três dos principais portos da Europa — Amsterdã, Roterdã e Antuérpia — com o objetivo de observar modelos logísticos e tecnológicos que podem ser replicados ou adaptados ao contexto brasileiro.
Liderança acadêmica e visão estratégica para o hidrogênio brasileiro
Um dos destaques da participação brasileira foi o professor Paulo Emílio de Miranda, titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2). Chefe do Laboratório de Hidrogênio da Coppe/UFRJ, ele atuou em reuniões técnicas e fóruns estratégicos durante o evento, incluindo o Hydrogen Trade Forum da IPHE e a Reunião Ministerial do International Hydrogen Trade Forum, conduzida pela ministra da Energia da Holanda.
"Esta viagem começou com visitas técnicas e discussões programadas e oferecidas pelo Governo Holandês nos dois dias que antecederam o WHS e num dia após. Elas incluíram empresas, centros de desenvolvimento, parques tecnológicos e os portos de Amsterdam, Roterdã e Antuérpia". (*)

Durante sua participação, o professor ressaltou a abordagem brasileira centrada na definição de valor-limite e fronteiras do sistema de hidrogênio, em vez da adoção de rotas tecnológicas específicas. Segundo ele, o foco está em atrair investimento estrangeiro direto como motor para o desenvolvimento da produção e uso local, como também a exportação de hidrogênio de baixa emissão e de produtos descarbonizados derivados.
"Também tive atuações no Summit concomitante à feira, tendo participado de reunião do comitê de Hydrogen Trade Forum da IPHE e de uma Reunião Ministerial do International Hydrogen Trade Forum, conduzido pela Ministra de Energia da Holanda, onde ressaltei o posicionamento do Brasil sobre o tema, dando ênfase à definição de valor límite e fronteras do sistema, ao invés de focar em rotas tecnológicas específicas, realçando a importância de investimentos estrangeiros diretos no Brasil para estimular o comércio transnacional de hidrogênio de baixas emissões e de produtos por ele descarbonizados." (*)
Tendo reunido mais de 15 mil especialistas de todo o mundo e cerca de 400 expositores, o World Hydrogen 2025 Summit foi um excelente palco para a reafirmação do Brasil como um player estratégico no cenário internacional da transição energética, com potencial não apenas técnico e natural, mas também regulatório e institucional, para liderar a nova era do hidrogênio de baixo carbono.
(*) Exclusiva do Professor Paulo Emilio ainda no avião de volta ao Rio de Janeiro, para o RADARH2





