Relatório IRENA revela boom global das renováveis e acentua disparidade entre regiões
- REDAÇÃO H2RADAR
- 28 de jul.
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A transição energética avança em ritmo acelerado, mas não de forma equitativa. É o que aponta o novo relatório estatístico da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), que destaca uma expansão robusta da capacidade de geração renovável global entre 2015 e 2024 — liderada sobretudo pela Ásia, responsável por mais de 70% do crescimento recente. Em contrapartida, regiões como a África seguem com avanços modestos, revelando uma crescente divisão geográfica na corrida por um futuro energético sustentável.
Avanço assimétrico: Ásia acelera, África estagna
De acordo com os dados reunidos pela IRENA em seu anuário Estatísticas de Energia Renovável 2025, o mundo vive um "boom renovável", com investimentos e novas capacidades de geração em expansão significativa. A capacidade de geração renovável — medida em megawatts (MW) — disparou na última década, especialmente em mercados asiáticos como China, Índia e Sudeste Asiático. Esse avanço foi sustentado por políticas públicas robustas, incentivos financeiros, e aumento da competitividade das tecnologias solares e eólicas.
O relatório, baseado em dados coletados de mais de 150 países, revela que essa aceleração, no entanto, está longe de ser uniforme. Regiões como a África e partes da América Latina apresentam crescimento consideravelmente mais lento, reflexo da limitada disponibilidade de financiamento, infraestrutura precária e ausência de marcos regulatórios estáveis. A análise do investimento em energias renováveis entre 2014 e 2023, compilada em parceria com a OCDE-DAC e bancos multilaterais, confirma essa lacuna: os recursos permanecem concentrados nas economias mais desenvolvidas ou emergentes com maior grau de bancabilidade.
O relatório da IRENA reafirma, com precisão estatística, que o sucesso global da transição energética dependerá não apenas de inovação e escala, mas também de justiça distributiva. Para além do crescimento absoluto, será necessário garantir que os benefícios das energias limpas — econômicos, ambientais e sociais — sejam partilhados por todos os continentes.





