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Sobre cancelamento de projetos de Hidrogênio

  • REDAÇÃO H2RADAR
  • 25 de jul.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 29 de jul.

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Recentemente a imprensa internacional especializada em energia vem publicando anúncios de grandes empresas suspendendo ou mesmo cancelando grandes projetos e investimentos no setor de hidrogênio. Os principais argumentos, a depender da jurisdição, vão desde insegurança jurídica, mudanças drásticas ou falta de clareza nos incentivos fiscais, falta de contratos de Offtake de longo prazo, insegurança na oferta de insumos como energia elétrica, instabilidade no quadro geopolítico, entre outros.


É o caso por exemplo da Fortescue, gigante australiana do setor de mineração, que atualmente está no processo de conclusão dos estudos para instalação de um giga projeto de produção de hidrogênio de eletrólise no Complexo Industrial Portuário do Pecém com objetivos de exportação. Esse projeto, à propósito tem sido reiteradamente mantido pela empresa.


Segundo a revista eletrônica Hydrogen Insight, a Fortescue anunciou em 24 de julho a baixa contábil de 150 milhões de dólares norte americanos correspondentes ao cancelamento de dois projetos que já haviam sido aprovados em novembro de 2023 pelo Conselho de Administração, sendo um projeto de 80MW no Arizona, USA e outro de 50MW em seu país de origem.

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Durante a discussão do relatório trimestral de resultados, no entanto, Agustín (Gus) Pichot, Diretor Executivo de Crescimento e Energia, um ex-jogador da seleção argentina de Rugby, declarou com firmeza não se tratar de uma desistência. Segundo ele, “energia verde e hidrogênio são a chave para nosso futuro incluindo a estratégia de metal verde. A tecnologia está melhorando rapidamente. O custo cairá e o mercado virá, porém temos que ser realistas e disciplinados. Assim, iremos rever e reavaliar o future e o cronograma de nossos projetos globais para assegurar viabilidade econômica e entregar valor a nossos acionistas”, disse o executivo.


Em outra latitude, algumas gigantes do setor de O&G como bp e Shell veem revisando seus planos de investimento, reduzindo as alocações em projetos de energias renováveis e hidrogênio, segundo anúncios recentes. Os motivos declarados são realinhamento de expectativas de resultados por parte dos acionistas.

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A despeito do aparente sentimento de frustração com relação aos projetos, o setor de renováveis e hidrogênio não parece desaquecido, como se pode ver por exemplo no aumento da produção mundial de eletrolizadores, painéis solares, turbinas eólicas, bem como os investimentos em novas tecnologias relacionadas com a descarbonização como CCS, hidrogênio natural, eólicas offshore, de acordo com relatórios de organismos como a IEA, Agência Internacional de Energia e a IRENA, Agência Internacional de Energia Renovável.


Esses temas serão analisados em detalhes por especialistas e autoridades durante o 4º Congresso Brasileiro do Hidrogênio, promovido pela ABH2 em Brasília. Atenção à palestra de 11:30h que antecede o painel “Oportunidades e Desafios do Setor Elétrico para o Hidrogênio” na 6ª feria 24/7, terceiro e último dia do evento.




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Sobre o autor:


Carlos Peixoto é cofundador e CEO da H2helium, mantenedora do RADARH2



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